Notícias
“Sem autonomia não há qualidade”, defende do Rosário
O académico Lourenço do Rosário falava na quinta-feira (13) na I Conferência Internacional de Qualidade no Ensino Superior: Para Além dos Indicadores, organizada pelo Gabinete de Avaliação de Qualidade (GAQ) da Universidade Pedagógica de Maputo (UPM). O evento que decorreu no campus da Lhanguene e foi um momento estratégico de reflexão, com diferentes eixos temáticos relacionados com a avaliação de qualidade nas Instituições de Ensino Sueperior (IES).

Falando na sessão de abertura, o Director do GAQ, Prof. Doutor Benedito Sapane referenciou as três dimensões que norteiam a conferência, sem perder de vista a qualidade, a dimensão histórica, estratégica e institucional, de maneira a honrar a missão central da UPM, que é a de formação, construindo a base do sistema educativo nacional com enfoque na excelência pedagógica.

Por sua vez, o Reitor da UPM, Prof. Doutor Jorge Ferrão disse que, temos diferentes métricas para medir a nossa qualidade nos relatórios qualitativos e quantitativos, então a conferência nos desafia a olhar para além dos indicadores, que dão uma base sem desconsiderar outros elementos. A UPM precisa de ser aquela que questiona para poder transformar, e este questionar é sempre o mais importante, assim, precisamos de encontrar indicadores humanos, aqueles que não cabem nos relatórios, reiterou Ferrão.

O orador principal da conferência, Lourenço do Rosário, na sua intervenção abordou a "Autonomia e Qualidade no Sistema de Ensino Superior em Moçambique". Do Rosário fez uma incursão em torno do histórico do desenvolvimento do ensino superior em Moçambique desde a criação de novas universidades, institutos superiores e politécnicos, sua expansão e descentralização em diferentes zonas do país. Anotou que, após a independência houve alguns movimentos que afectaram a qualidade do ensino, como a retirada de algumas disciplinas, tanto no ensino primário como secundário.

Num outro desenvolvimento, Do Rosário, referiu que o debate sobre qualidade passa por uma reflexão sobre a confiança nas instituições, pois há falta de confiança na generalidade das instituições, acrescentando que “não confiamos em quase nada, e a partir disso fica difícil falar de qualidade”. O orador, falou ainda de questões políticas, do espaço da filosofia e ciência, bem como do papel activo das universidades e dos estudantes universitários na intervenção social, vislumbrando que “sem autonomia não há qualidade”. No seu entender a autonomia pressupõe a responsabilidade académica.

Depois da conferência de abertura seguiu-se o painel sobre a visão da qualidade no Ensino Superior, com a intervenção dos Professores, Daniel Nivagara, Geraldo Mathe da UPM e Felipe Augusto da Universidade Católica de Moçambique. Este painel destacou que a qualidade está ligada a questões políticas, e que deve ser planificada e avaliada, sendo que a avaliação de cursos e programas devem estar juntos da avaliação institucional, outrossim, actualmente, ao se falar da qualidade não tem como não se falar da Inteligência Artificial.

A conferência internacional do GAQ rege-se pelos eixos temáticos sobre: políticas públicas e fundamentos das instituições de ensino superior; avaliação e garantia de qualidade; currículo e relevância social; inovação pedagógica e tecnológica; inclusão, diversidade e equidade no ensino; relação universidade-comunidade; governação e liderança no ensino superior; investigação e produção de conhecimento.
Os temas propostos foram discutidos em dois dias, tanto em painéis, como em sessões paralelas. Participaram das abordagens, estudantes de pós-graduação, docentes e pesquisadores.

Por: Taualia Neuara e Daniel Bila (fotos)
*GCI/UPM*

REITORIA - Rua João Carlos Raposo Beirão nº 135, Maputo, Moçambique
(+258) 84 20 07 116
DUNS: 558579373