






O sociólogo moçambicano, professor da Universidade Pedagógica de Maputo, falava na Mesa de Abertura do XX Congresso De Ciências Do Desporto E Educação Física Dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre na Universidade Estatual de Campinas, São Paulo, Brasil de 19 a 21 de Março.
Rupia apresentou uma reflexão sociológica sobre como o desporto, longe de ser um espaço neutro e acessível à todos, reflete e reforça desigualdades sociais e econômicas nos países periféricos, com foco na realidade moçambicana. Inspirado nas contribuições teóricas de Pierre Bourdieu e Norbert Elias, Rupia analisou como as modalidades desportivas se organizam dentro de um campo de disputas sociais, onde a classe, o capital econômico e o capital cultural determinam o acesso e a permanência dos indivíduos no mundo do desporto.
Desporto: Um Campo de Exclusão?
Embora seja amplamente promovido como uma ferramenta de inclusão social, o desporto em Moçambique carrega um histórico de desigualdade e elitização. Algumas modalidades, como golfe, ténis e natação, permanecem acessíveis apenas às elites urbanas, enquanto esportes populares como futebol e atletismo são praticados de forma precária, muitas vezes sem infraestrutura adequada e com escassos incentivos públicos.
Na sua fala, Bento Rupia teve como Pontos-chave da apresentação:
- Reprodução das Desigualdades: O desporto não escapa às lógicas de exclusão social e de classe; ao contrário, muitas vezes as reforça.
- Legado Colonial: A estrutura desportiva herdada do período colonial ainda influencia a organização e o financiamento das modalidades em Moçambique.
- Violência Simbólica: Há uma naturalização da exclusão, onde determinados esportes são socialmente “invisibilizados” para certas camadas da população.
- Falta de Políticas Públicas Inclusivas: O papel contraditorio do Estado e a ausência de investimentos estruturais e programas de democratização impede a ampliação do acesso.
- O Papel da CPLP: Como os países de língua portuguesa podem atuar na promoção de políticas desportivas mais equitativas?
E agora? O que podemos fazer? Rupia responde;
É fundamental desmistificar a ideia de que o desporto é automaticamente um fator de mobilidade social. Sem políticas públicas eficazes e sem uma mudança no imaginário social que legitima a exclusão, o desporto continuará a ser um espaço de privilégios. Precisamos de um compromisso real para garantir que todas as camadas da sociedade tenham acesso igualitário às oportunidades desportivas. Concluiu o sociólogo, convidado para falar na Mesa de Abertura do mais importante Congresso de Desporto e Educação Física da CPLP, que este ano decorre em Campinas, Brasil.
*GCI - UPM*







Na interacção entre o diplomata indiano e o Professor Ferrão, a direcção da UP-Maputo mostrou interesse em ver as atenções da cooperação direccionadas para a requalificação do edifício onde funciona a biblioteca, numa primeira fase, um edifício multiuso que compreende um centro de conferências com capacidade máxima de duzentas pessoas, sala multiuso e biblioteca, para além de gabinetes onde funcionarão as direcções dos Recursos Humanos e Gabinete de Comunicação e Imagem.
A Índia oferece janelas de financiamento para infra-estruturas aos países parceiros, e a UP-Maputo já havia concorrido a esses fundos, antes do término da missão do antigo embaixador da Índia em Maputo.
No fim do encontro e da visita ao espaço projectado para se erguer o edifício, Robert Shetkintong, deixou algumas recomendações e prometeu dar o seu máximo para a materialização do sonho.
Por: José Manuel Luís e Daniel Bila




O encontro reforça os laços entre Brasil e Moçambique, tendo a educação superior como foco de desenvolvimento dos dois países.
Um evento on-line reuniu, na manhã de hoje (sexta, 7), o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes, e o embaixador do Brasil em Moçambique, Ademar Seabra da Cruz Júnior, para diplomação simbólica de dois moçambicanos que realizaram o Mestrado em Nutrição, Atividade Física e Plasticidade Fenotípica no Centro Acadêmico de Vitória (CAV), unidade da UFPE em Vitória de Santo Antão. O encontro reforça os laços entre Brasil e Moçambique, tendo a educação superior como foco de desenvolvimento dos dois países.
Os mestres pela UFPE Euclides da Conceição Guiliche e Eulálio Malinga receberam seus diplomas de mestrado das mãos do embaixador Ademar Seabra da Cruz Júnior, na Embaixada do Brasil em Moçambique, que fica na capital Maputo. Eles concluíram o curso em 2024.
Em solo brasileiro, o reitor Alfredo Gomes parabenizou os mestres e destacou a importância das parcerias entre Brasil e Moçambique. “É um caminho muito pertinente e necessário a parceria, que nós tradicionalmente chamamos ‘Sul-Sul’, para que nós venhamos a construir laços de solidariedade e fortalecimento dos nossos países”, afirmou.
O embaixador Ademar Seabra da Cruz Júnior também celebrou a relevância de parcerias e intercâmbios entre os países. Sobre Euclides da Conceição Guiliche e Eulálio Malinga, ele destacou que eles “adicionam ao esforço brasileiro de formação de capital humano de moçambicanos e moçambicanas no Brasil”.
“Neste momento, a gente está celebrando não somente a diplomação dos nossos estudantes. A gente está abrindo um espaço de parceria em que as embaixadas do Brasil têm um papel fundamental nesse processo”, ressaltou a pró-reitora de Pós-Graduação da UFPE, Carol Leandro, que estava no Brasil.
Também no Brasil, a diretora de Relações Internacionais da UFPE, Cristiane Costa, falou sobre as oportunidades de cooperação entre os países. “A gente vai proporcionar oportunidades para mais estudantes, para formação de mais profissionais. E que vocês [Euclides da Conceição Guiliche e Eulálio Malinga] possam empenhar todo o conhecimento que vocês têm agora no país de origem de vocês”, disse.
MESTRADO - No mestrado, Euclides da Conceição Guiliche foi orientado pelo professor João Henrique Costa Silva (CAV-UFPE) e coorientado pelo professor Sílvio Saranga (Universidade Pedagógica de Maputo). Já Eulálio Malinga foi orientado pela professora Wylla Tatiana Ferreira e Silva (CAV-UFPE) e coorientado pelo professor Mário Eugénio Tchamo (Universidade Pedagógica de Maputo).
Eles realizaram o mestrado no âmbito do projeto "Crescer com Saúde em Maputo", em que crianças nascidas com baixo peso, de 7 a 10 anos de idade, foram avaliadas quanto à composição corporal, aptidão física, desenvolvimento neuro-motor e consumo alimentar.
O projeto "Crescer com Saúde em Vitória de Santo Antão" iniciou, em 2008, e vários pesquisadores do CAV-UFPE estão envolvidos no acompanhamento de crianças e adolescentes que apresentam risco de desenvolvimento precoce de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNTs). Além da parceria com a Universidade Pedagógica de Maputo - Moçambique, o projeto "Crescer com Saúde" também faz parte de uma parceria com a Université de Lyon - França e com a Universidade de Cabo Verde.
REITORIA - Rua João Carlos Raposo Beirão nº 135, Maputo, Moçambique
(+258) 84 20 07 116
DUNS: 558579373